Tópicos em recuperação de áreas degradadas
Editor Maurício Novaes Souza
O presente texto descreve:
Conceitos sobre desenvolvimento sustentável, reforçados no contexto da recuperação ambiental, com a apresentação de duas propostas que já vêm sendo praticadas, apesar de ser por um número reduzido de propriedades rurais, mas com relativo sucesso, contudo, que ganham destaque pela sua eficiência, rentabilidade e sustentabilidade.
O Capítulo 1 analisa o processo da recuperação ambiental: suas dificuldades, suas limitações e seu potencial; define área degradada e as abordagens para a sua caracterização; discute sobre a importância da elaboração de cenários para se realizar o diagnóstico e prognóstico ambiental; apresenta o EIA/RIMA e as técnicas de RAD e o uso de práticas agroecológicas e conservacionistas como Instrumentos de Gestão e; por fim, sugere e delineia os passos essenciais para que o sucesso desses procedimentos seja duradouro.
A aplicação prática desse capítulo 1 será evidenciada com a apresentação de dois “Estudos de Caso”, apresentados nos capítulos 2 e 3.
No Capítulo 2 estão apresentadas as questões relativas à atividade de “Aquicultura”, que atualmente exerce um importante papel na economia mundial, na geração de emprego e na alimentação. Mostrará que não está restrita apenas aos aspectos sociais e econômicos, mas que devem potencializar os aspectos ambientais. Este capítulo tem por objetivo apresentar os possíveis impactos causados pela aquicultura ao meio ambiente, bem como demonstrar as possibilidades do desenvolvimento da atividade de forma sustentável, por meio do planejamento e da adoção de medidas de controle, mitigação ou intensificação dos impactos oriundos da aquicultura, fundamentados em práticas de manejo e conservação de base agroecológica. Mais importante que identificar os impactos, é buscar propostas com ações proativas, mitigadoras e corretivas, bem como propor alternativas para que esses impactos negativos ocorram em menor escala ou, sempre que possível, não ocorram.
O Capítulo 3 descreve práticas conservacionistas e agroecológicas relativas à “Cafeicultura”: o Brasil é líder no ranking produtivo mundial dessa cultura. Minas Gerais é o maior produtor brasileiro e, o Estado do Espírito Santo, o segundo maior produtor de café do Brasil e o terceiro na produção do café arábica, do qual Minas também é o primeiro. Cabe considerar que nessas regiões onde estão estabelecidas as lavouras cafeeiras, são compostas por cadeias de montanhas desses estados, com relevo movimentado. O manejo convencional estimulou o surgimento de processos impactantes, que promoveram o aparecimento de inúmeras áreas degradadas, tornando preocupante o futuro sustentável da produção. Dessa forma, urge o estabelecimento de medidas de manejo e procedimentos de recuperação, que podem ser tomadas para evitar ainda mais processos degradativos e proteger áreas de risco ou em uso. Essas técnicas são elaboradas por intermédio do PRAD – Plano de Recuperação de Áreas Degradadas, que incluem técnicas de proteção, recuperação, conservação e manejo.
Nas Considerações finais, poder-se-á observar críticas e sugestões, porém no sentido de converter essas novas ideias e conceitos em ação. Sugere-se mudança do atual modelo de produção agropecuário e urbano-industrial, dada a visível insustentabilidade verificada até o presente momento.
Seguem algumas recomendações, que apesar de seu conhecimento testado e comprovado, têm passado despercebidas, sendo de extrema importância para: a) evitar novos casos de degradação; b) favorecer os procedimentos de recuperação ambiental; e c) adotar modelos de produção que promovam o desenvolvimento sustentável. Cada um dos temas revisado tem o seu conteúdo pormenorizado, com recomendações e conclusões.
Por último, algumas sugestões, óbvias e importantes, mas que tem passado despercebidas pelos nossos governantes e gestores públicos!
Anseia-se que sejam satisfeitos os diversos questionamentos e espera-se que surjam críticas e sugestões que contribuam para o bom desenvolvimento e aplicabilidade do presente e dos próximos trabalhos.
Capixaba de Castelo, Engenheiro Agrônomo pela Universidade Federal de Viçosa (1981), Mestre em Recuperação de Áreas Degradadas, Avaliação de Impactos Ambientais, Economia e Gestão Ambiental pela Universidade Federal de Viçosa (2004) e Doutor em Engenharia de Água e Solos pelo Departamento de Engenharia Agrícola e Ambiental da Universidade Federal de Viçosa (2008). É Professor Efetivo do Instituto Federal do Espírito Santo campus de Alegre. Tem especialidade na área de Recuperação de Áreas Degradadas, Manejo de Bacias Hidrográficas, Saneamento e Planejamento Ambiental, Agrometeorologia, Economia Ambiental, Elaboração e Avaliação de Projetos Sociais e Ambientais, atuando principalmente nos seguintes temas: planejamento, conservação, recuperação, manejo e gestão. Foi Coordenador durante nove (9) anos dos cursos Técnico Meio Ambiente Presencial e na modalidade EAD; e da Pós-graduação lato sensu em Agroecologia do Instituto Federal do Sudeste de Minas campus Rio Pomba (IF Sudeste de MG campus RP); Diretor Geral dos Institutos Federais do IF Sudeste de MG campus de Araçuaí e São João del-Rei; Conselheiro do COPAM (Conselho de Política Ambiental de Minas Gerais); co-fundador do CIEA (Centro Interministerial de Educação Ambiental); Assessor da Câmara de Recursos Naturais, Ciências e Tecnologias Ambientais da FAPEMIG (Fundação de Amparo a Pesquisa de Minas); Conselheiro Técnico da Agência Delegatária da Baía da Ilha Grande, Conselheiro do CODEMA (Conselho Municipal de Meio Ambiente), Perito da Promotoria do Ministério Público de Minas Gerais; e Membro do Comitê de Coordenação do Plano Municipal de Saneamento Básico do município de Rio Pomba.
CAPÍTULO 1
Recuperação ambiental ou recuperação de áreas degradadas: conceitos e procedimentos
Maurício Novaes Souza
https://doi.org/10.4322/mp.978-65-991393-6-9.c1
CAPÍTULO 2
Aquicultura: Impactos ambientais negativos e a mitigação com práticas agroecológicas
Ronald Assis Fonseca, Mauricio Novaes Souza, Pedro Pierro Mendonça, Hilton Moura Neto, Credigar Gonçalves Moreira, José Carlos V. da Paschoa, Lucinea Carolina Horsth, Aline Marchiori Crespo, Geisa Corrêa Louback
https://doi.org/10.4322/mp.978-65-991393-6-9.c2
CAPÍTULO 3
Cleber Cássio Ferreira, Mário Euclides Pechara da Costa Jaeggi, Thiago Blunck Rezende Moreira, Maurício Novaes Souza, Dayvson Dandi Rodrigues, Ronald Assis Fonseca, Fábio Gomes Zampieri, Credigar Gonçalves Moreira, Alex Justino Zacarias, Isabel Inácio de Moraes Souza
https://doi.org/10.4322/mp.978-65-991393-6-9.c3